quinta-feira, 19 de abril de 2012

MOZILLA E VIVO LANÇARÃO PLATAFORMA PARA BARATEAR WEB NO CELULAR NO BRASIL


Utilizando espectro eletromagnético e novo microchip, smartphones poderão "penetrar" em qualquer objeto, assim como raio-x
A PARCERIA COM A VIVO PERMITIRÁ ACESSO À INTERNET PARA CELULARES A PREÇOS MAIS BAIXOS

Firefox , a plataforma criada pela Mozilla: por uma internet aberta (Foto: Reprodução Internet)

Até o final do ano, no máximo no início de 2013, os brasileiros vão conhecer uma nova plataforma, aberta e rápida, para celular. A Vivo fechou um acordo com a Mozilla Corporation para o desenvolvimento de um sistema operacional para celulares que permitirá a aparelhos menos sofisticados ter acesso ao conteúdo de internet. Batizado temporariamente de Boot to Gecko, o sistema pode representar para a nova classe média o mesmo que a eliminação dos vistos para os EUA: acesso e mobilidade a um custo mais barato.




GARY KOVACS, PRESIDENTE DA MOZILLA CORPORATION, EM APRESENTAÇÃO SOBRE A PARCERIA COM A TELEFÔNICA (FOTO: DIVULGAÇÃO)
“Nosso objetivo é trazer a web para as massas”, afirmou Gary Kovacs, presidente da Mozilla Corporation, na apresentação feita à imprensa em São Paulo. Segundo ele, o sistema será completamente diferente do que existe hoje, em que o que se enxerga na tela do celular é uma versão “encolhida” do que se vê no computador. A base da plataforma é o HTML5, linguagem que funciona sobre a internet aberta. “A indústria está fazendo com que você tenha de escolher em que mundo quer viver: no Google, na Apple, na Microsoft. Eu acredito que é improvável, se não impossível, que uma só companhia seja capaz de satisfazer as necessidades de bilhões de pessoas no mundo”.




Gary Kovacs, presidente da Mozilla Corporation, em apresentação sobre a parceria com a Telefônica (Foto: Divulgação)
As parcerias com empresas fabricantes estão sendo discutidas, mas Vivo e Mozilla preferem não adiantar nomes. A versão para teste estará disponível já no final do ano, com o sistema final previsto para 2013. E tudo sem fazer alarde, segundo Kovacs. “Vamos soltar o primeiro lançamento, que será pequeno, e depois vamos ver o que acontece”, disse. Outros países devem ser contemplados na seguida, mas as empresas preferem não se manifestar agora. Está implícito, porém, que devem ser países em que a Telefónica já atua.


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O fato de que o Boot to Gecko vai disputar espaço com os sistemas Android, IOS e Windows não configura, para Kovacs, um confronto direto. “Não acredito que vamos brigar com o Android ou o IOS. Acho que haverá diferentes plataformas”, disse o executivo da Mozilla. A questão, diz, é o futuro da web e não o interesse desta ou daquela empresa. “Este é um momento em que mais empresas devem adotar o Open Web Device (OWD). Acho que é uma evolução”.


O impacto que a chegada do novo sistema pode ter no acesso móvel no país é algo que Kovacs prefere não especular no momento. “Não sei fazer projeções, sempre que faço elas dão errado”, disse. Com 3,2 milhões de novas habilitações em março, a telefonia celular no Brasil rompeu a barreira dos 250 milhões de linhas ativas no mês passado, totalizando 250,8 milhões. Este ano, as projeções da consultoria Teleco mostram que o Brasil deve atingir a marca de 20 milhões de acessos em 2012, chegando a 30 milhões até o ano da Copa do Mundo. O espaço para crescimento é enorme. “Estou muito otimista”, disse Kovacs.


O projeto da plataforma vinha sendo tocado pela Mozilla e pela Vivo separadamente. A companhia americana vinha desenvolvendo o sistema há três anos e a Vivo, desde meados de 2010. “Nós percebemos que estávamos indo na mesma direção, que é da open source, e que fazia sentido conversar”, afirmou Pablo Larrieux, diretor do Centro de Inovação da Telefônica |Vivo. A empresa enxerga que a possibilidade de oferecer acesso à internet a mais pessoas representará um aumento considerável na utilização de serviços e produtos. “Há um grande potencial de mercado com o uso de uma solução mais aberta”, disse Larrieux.


A Mozilla anunciou oficialmente o desenvolvimento da plataforma em agosto do ano passado, que desde então foi aberta a quem quiser contribuir. Após o lançamento, o Boot to Gecko deve ficar disponível em uma loja de aplicativos que será lançada no final do ano e que estará aberta a todos os desenvolvedores que usem open sources e queiram mostrar seus produtos, pagos ou não. “Ainda há tempo para quebrar a tendência dos sistemas”, disse Kovacs. “Não temos nem 10% de usuários de rede em celular. Para muita gente, a internet está começando a se tornar real a partir de agora e quanto mais pessoas adotarem plataformas que existem atualmente no mercado, eu acho que mais frustradas elas vão ficar”.

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